Pesquisar este blog

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Carnaval e Eu

Nunca fui muito fã de Carnaval a não ser pelo longo feriado. Mesmo assim, tenho muitas recordações dessa comemoração popular.

Quando pequeno, dos 5 aos 8 anos, meus pais levavam eu e meu irmão nas matinês de Carnaval no Clube Palmeiras. O salão era dividido por grades que separavam as faixas etárias. Crianças, adolescentes e adultos não ficavam juntas. A nossa fantasia era uma camiseta Hering branca, um shorts qualquer, uma par de sandálias e um colar havaiano no pescoço. Confete e serpentina, pegávamos no chão. O salão ficava cheio. A ala das crianças era cercada pelos pais que ficavam debruçados sobre as divisórias sacando algumas fotos e incentivando seus filhos a pularem nos passos das marchinhas de Carnaval. A banda tocava de cima do palco no final do salão. De lá saiam as tradicionais músicas: Allah-Lá-Ô, Cachaça, Aurora, Cabeleira do Zezé, Abre Alas, A Jardineira, Linda Morena, Mamãe Eu Quero, O Teu Cabelo Não Nega, Me Dá Um Dinheiro Aí, Saca-Rolha e Ô Balancê. A festa começava ao meio-dia e terminava às 18h. Depois disso era a vez só dos adultos.


Alguns anos depois começaram as viagens. No início íamos para Piracicaba. Meus tios moravam numa casa bem modesta e assistíamos os desfiles numa TV com imagem preto e branco. No ano seguinte, duas grandes novidades, uma TV nova com imagens em cores e o fim da construção da casa maior. Mas gostávamos mesmo de brincar no barro, correr atrás das galinhas e se aventurar no mato.

Nos anos seguintes íamos com a nossa família e a família da minha mãe para o sítio da saudosa Tia Flora em Valinhos. Era uma delícia. Toda família reunida, pais, irmãos, tios, tias, primos e primas com os namorados. O dia começava na grande piscina com aperitivos e caipirinhas, o almoço acontecia num grande salão aberto com uma bela churrasqueira, a tarde alguns dormiam, outros iam comer frutas colhidas na hora do pomar e as crianças voltavam eufóricas para a piscina com a ressalva de esperar duas horas para a digestão, um saco. De noite, após o lanche, a família toda se reunia na sala para jogar e brincar. Os mais velhos disputam as mesas para jogar Buraco. Os mais novos sentavam-se em roda na sala para brincar de Stop ou de Quartel, e ainda restava um espaço para as tias bordar. Mais tarde alguns remanescentes ficavam assistindo o desfile das Escolas de Samba.

Na adolescência voltei a ir para Piracicaba passar o Carnaval com meus primos de lá Maurício e Marcelo. Um ano, fui com o meu primo Alexandre e conhecemos uma festa tradicional, que não acontece mais há muito tempo, chamada de Banda do Bule. Os homens se vestiam de mulher e desfilavam na rua principal do centro da cidade disputando as bocas e os beijos das moças. Era uma zona e bem divertido. Fui uma única vez num baile de Carnaval no Clube da cidade. Não curti e comecei a entender que não nasci para sambar e nem para suar a camisa em salões abarrotados de gente.

Na época da faculdade aproveitei os quatro dias para conhecer, com minhas amigas, Beta Sheila e seu marido João, dois lugares mais distantes. Em um ano fomos para as Cidades Histórias de Minas Gerais e no ano seguinte seguimos para as Serras Gaúchas. Foi muito bom, não sei dizer ao certo qual destino me agradou mais.

Hoje prefiro curtir o sossego de um lugar tranqüilo com no máximo uma pincelada na TV para ver um pouco dos desfiles.

Boas lembranças. Bom Carnaval!

Um comentário:

  1. ah, o carnaval em Valinho era bom demais...rs. além disse tudo que vc lembrou, ainda tinha, para mim, para a Miriam e para a Valeria, os bailes no "Valinhense"...rs.. a gente pulava as 4 noites..rs... em cidade do interior, os pais deixavam!. eram bailes "família"...Ô delícia... carnavais inesquecíveis... tantas historias...rsrs...

    ResponderExcluir