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domingo, 6 de abril de 2014

Rita Lee Mora ao Lado

Ontem fui ao teatro para prestigiar a minha primeira ídala, Rita Lee, assistindo ao musical Rita Lee Mora ao Lado, e foi ótimo. Ótimo porque deu para voltar no tempo e sentir tudo de novo: a empolgação do primeiro disco, o arrepio no corpo com as canções e a ansiedade da próxima música. O mais tocante foi ver a figura da Rita no palco. Ali, bem pertinho. Com a sempre sonhada proximidade - eu era criança quando ela alcançou o auge da carreira no final dos anos 1970. A atriz Mel Lisboa trabalhou brilhantemente os trejeitos, a irreverência e o jeito moleque de Rita

A atriz dividiu o palco com outros ótimos atores que deram voz e vida, por vezes caricata, a muitos personagens do cotidiano de Rita: Samuel de Assis interpretou Jorge Ben Jor e Gilberto Gil, César Figueiredo foi Ronnie Von e o pai Charles Lee Jones, Nelson Oliveira fez o mutante Sérgio Baptista e João Gilberto, Fabiano Augusto encarnou Ney Matogrosso, Fábio Ventura ficou com o Tim Maia, Talitha Pereira deu vida a parceira Lucia Turnbull e Vivi Lee Jones, Rafael Maia interpretou Roberto de Carvalho, Débora Reis ficou com a mãe Cheesa Jones e Hebe Camargo, Flávia Strongolli fez Elis Regina, Yael Pecarovich ficou com Mary Lee Jones e Gal Costa, Antonio Vanfill interpretou o Arnaldo Baptista e Caetano Veloso.

O elenco conta ainda com a atriz Carol Portes no papel da divertida e invejosa Bárbara Farniente e Nanni Souza que fez a sua mãe, Diva Farniente. Márcio Macena e Débora Dubois assinam a direção.

Rita Lee e Henrique Bartsch.
O musical, de duas horas e 20 minutos ininterruptos, foi baseado no livro homônimo de Henrique Bartsch e lançado em 2006. Trata-se de uma biografia-ficção onde a vizinha  de Rita Lee, Bárbara Farniente, descreve o dia a dia da "magrela": desde antes do nascimento das duas, que aliás, foi no mesmo dia, dos tempos de escola no Liceu Pasteur, passando pelos grupos Os Mutantes, Ciribilas do Éden e Tutti Frutti, até o final da década de 1990. A ideia de Bartsch, que partiu do vasto material recolhido em trocas de emails com a Rita, era escrever uma biografia, mas ela não concordou. Disse que "biografia era para gente morta". Foi então que autor resolveu mudar a estrutura do livro e a biografada passou a ser a vizinha, conseguindo assim a autorização para publicá-lo.

No repertório do espetáculo estão as músicas: Agora Só Falta Você, Panis Et Circensis, A Minha Menina, Domingo no Parque, Tropicália, Ando Meio Desligado, Mamãe Natureza, Final Feliz, Ovelha Negra, Juju Balangandã, Babilônia, Esse Tal De Roque Enrow, Não Vou Ficar, O Que Foi Feito Devera (De Vera), Baila Comigo, Bandido Corazón, Sangue Latino, Menino Bonito, Doce Vampiro, Caso Sério, Coisas Da Vida, Saúde, Banho De Espuma, Lança Perfume, entre outras.

Roteiro biográfico ou não, o que importa é retratar a trajetória e importância da Rita Lee no cenário musical. Seus encontros, parcerias, amizades e, sobretudo, o sua obra.

E para sonorizar o post, segue a canção da Rita, presente no álbum Fruto Proibido de 1975, com a banda Tutti Frutti. No livro, o pai da Rita, Charles, afirma que nunca colocou a filha para fora de casa. Coisas de Rita.

Ovelha Negra

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