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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Singular e Plural!

Talvez por acaso/O destino me fez/Cruzar com você/Assim, tão de repente/Como uma nova aventura/Fiquei gamado em você/Doçura/Fiquei gamado em você/Doçura/Faça comigo/O que bem entender/Um romance secreto/Um mero namorado...
Esta é a música que mais gosto deste outro grande ícone da MPB, Ney Matogrosso. Quando soube que a letra era da minha amada Rita Lee com arranjos de Roberto de Carvalho, então... Não poderia ser melhor. Uma parceria de sucesso.

Lembro-me da época do grupo Secos e Molhados, quando passava no Fantástico os "clips" dos seus maiores sucessos: Sangue Latino, Rosa de Hiroshima e O Vira: O gato preto cruzou a estrada/Passou por debaixo da escada/E lá no fundo azul/Na noite da floresta/A lua iluminou/A dança, a roda, a festa... Me chamava a atenção o seu jeito único de rebolar, os figurinos e a maquiagem do grupo. Um tanto quanto ousado para a época e que serviu de inspiração para os caras pintadas do grupo KissPolêmico no inicio da década de 1970 o grupo, no estilo Glam Rock, soube marcar muito bem seu território numa época bem concorrida de estilos: Samba, MPB, o rock dos Mutantes e da Jovem Guarda...

O que falar deste melhor interprete masculino da MPB?

Singular - humilde, simples, carismático, sensual, charmoso, original e performático -, Ney Matogrosso sempre soube se colocar de maneira integra. Homessexual assumido manteve em segredo seu breve romance com Cazuza. Nunca levantou bandeira a seu favor e fez da sua imagem e da sua carreira, exemplos de dignidade e respeito. 

Plural - lançou a banda Barão Vermelho com o sucesso Pro Dia Nascer Feliz, dirigiu a banda RPM no show Rádio Pirata, gravou sucessos de Tom JobimChico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rita Lee, Raul Seixas, Angela Ro Ro, Jorge Aragão, Cartola, entre muitos outros. Fez cinema, fez teatro, escreveu livros, dirigiu shows e peças, fez trilhas sonoras para cinema e teatro...

Gravou 33 discos em mais de 37 anos de carreira. Destaque para as faixas: Amor Objeto, Vida, Vida, Vereda Tropical, Não Existe Pecado ao Sul do Equador, Balada do Louco, Tanto Amar, Promessas Demais, Por de Baixo dos Panos e Bandido Corazon.  

Em 2001 assisti o show Batuque, no Tetro Vitória Hall em São Caetano, com o Miguel e nossos amigos Silvia e Arnaldo. Lugar privilegiado. No palco: luzes, músicos, cenário com coqueiros bordados com lantejoulas, piso imitando as ondas do calçadão de Copacabana, figurinos floridos, trocas de roupa (sem cerimônia) atrás de um biombo de madeira, interpretações de corpo e alma e uma voz afinadíssima. No repertório, sucessos das décadas de 1920, 1930 e 1940: Tico-Tico no Fubá, O Que é Que a Baiana Tem?, Bambu do Bambu, Adeus Batucada, Vatapá...

Presto aqui minha homenagem a este Homem com H - maiúsculo mesmo!

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