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sábado, 5 de maio de 2012

Alô alô Elis Regina

Aqui quem fala é da Terra. Você não imagina a loucura. Sua filha Maria Rita soltou a voz hoje, no Parque da Juventude, com 28 músicas do seu extenso repertório. Parque lotado de fãs de todas as idades. No palco muitos voils estendidos nas laterais e nos fundos, "bandeiras" penduradas e quatro músicos talentosos. A guria entrou no palco às 15h05. Iniciou o show com as músicas Imagem, Arrastão e Como Nossos Pais. Depois, muito simpática, agradeceu a presença de todos, justificou as datas adiadas (duas vezes), a mudança de local (antes, na área externa do Auditório Ibirapuera) e emendou com as músicas Vida De Bailarina, Bolero De Satã e Águas De Março. O público, é claro, se empolgou e cantou junto.  O repertório seguiu com as músicas Saudosa Maloca, Ladeira Da Preguiça, Agora Tá, Vou Deitar E Rolar, Querelas Do Brasil, O Bêbado E A Equilibrista, Menino, Onze Fitas, Me Deixas Louca, Tatuagem, Essa Mulher, Se Eu Quiser Falar Com Deus, Zazueira, Alô Alô Marciano, Aprendendo A Jogar e Doce De Pimenta. O show foi finalizado com uma homenagem ao padrinho Milton Nascimento com as músicas Morro Velho, O Que Foi Feito Devera (De Vera) e Maria Maria. No bis Maria Rita cantou Fascinação, Madalena e Redescobrir. Foi lindo, mas menos comovente que o esperado. Acho que fiquei esperando ver você Elis. Quem sabe um dia né? Mas tenho certeza que você ficaria muito orgulhosa de ver a sua filha cantando e seus fãs gritando o seu nome. Fique com Deus. Bjs bjs bjs.

Quando Maria Rita tenta reproduzir os gestos da Elis, perde a sua naturalidade e vira uma caricatura mal desenhada. Maria Rita fica mais autêntica quando canta como a Maria Rita. Entendo que pra ela deve ser difícil cantar as canções da sua mãe sem esbarrar nos trejeitos e cacoetes vocais da Elis, mas não tem como comparar. A Maria Rita tem talento, voz e desenvoltura que uma boa cantora deve ter, mas fica distante da originalidade da Elis. Não sou músico e nem crítico para julgar um cantor, mas sinto na pele quando a música vem da alma. Elis não cantava, Elis expirava canções. Cantava rindo, interpretava chorando, cantava gesticulando, sem desafinar uma nota sequer. Elis tinha um dom único.

Em se tratando de uma homenagem à artista e mãe, senti a falta dos outros dois filhos da Elis no palco: o primogênito João Marcello Bôscoli (que ao que tudo indica estava lá) e o filho do meio Pedro Camargo Mariano. O João poderia ter falado um pouco sobre o projeto Viva Elis, e o Pedro poderia ter cantando algumas músicas com a irmã, já que ele também é cantor e já gravou músicas que a mãe cantou. Não entendo como o Pedro ficou de fora dessa homenagem.

E para finalizar, um dueto de mãe e filha preparado especialmente para a televisão no especial Por Toda A Minha Vida - Elis Regina. Foi a primeira vez que a Maria Rita gravou uma música que a Elis cantou. Essa Mulher, álbum Essa Mulher de 1979.

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