E o que eu vi? Vi a mesma pessoa tímida de sempre que entrou no palco e falou três palavras: "Obrigado, São Paulo. Obrigado." Dali em diante, músicas do seu último trabalho Chico, 2011, foram mescladas com algumas autorias clássicas: Eu Te Amo, Geni E O Zepelim, O Meu Amor, Anos Dourados, Teresinha, Desalento. O cenário era simples, mas elegante, com efeitos de luz e trocas de telas com pinturas de artistas conhecidos reproduzidas. No palco músicos e instrumentistas sêniores dividiam o espaço com o Chico. Este, ficava posicionado no centro do palco ao lado de um banquinho com um copo de água e atrás de um microfone encaixado num pé metálico. E a voz do artista? Continua a mesma, sensivelmente fadigada, mas a mesma! Mas a aparência física... O tempo não perdoa.
É engraçado, a sensação que tenho é que o Chico não canta, conta! E aí que mora sua grande genialidade. Suas músicas são histórias bem contadas: A Banda, Gota d'Água, Mulheres de Atenas, Samba do Grande Amor, Geni E O Zepelim, Apesar De Você e O Meu Guri; e suas narrativas femininas uma marca: O Meu Amor, Olhos Nos Olhos, Teresinha, Atrás Da Porta e Folhetim.
Suas músicas já foram gravadas por nada mais, nada menos que: Elis Regina, Nara Leão, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Zizi Possi, Simone, Milton Nascimento e Ney Mato Grosso.
O que mais dizer de um artista que está completando 50 anos de carreira com 53 discos e um repertório de mais de 500 músicas? E ainda é escritor e dramaturgo! Realmente é uma carreira de respeito e de muita credibilidade que esse reles adorador de música, que aqui escreve, ousa a citar.
Segue o player de uma das minhas músicas preferidas do mestre Chico:
Geni E O Zepelim, álbum Ópera do Malandro, de 1979.
Editado em 08/02/13.
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