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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Rosa

Há exatos dez anos, minha mãe partia para uma viagem sem volta. E isso não me deixa mais triste. Aprendi a aceitar e reconhecer que sua missão foi cumprida. Sua sementinha, plantada com muito amor, germinou, cresceu e multiplicou-se. E continua a dar flores e frutos.

Queria escolher uma música para homenageá-la. Pensei em várias, mas nenhuma fazia jus aos sentimentos e a saudade que sinto por ela. De certa forma, um ícone marcou a ocasião da sua passagem: Ela vestia rosa e estava coberta de rosas rosa. Ela gostava do rosa: Rosa cor, rosa flor, rosa odor. E assim foi ela para o plano superior, cercada de rosas, lágrimas e de muito amor. 

Então, vai uma das lindas canções escolhidas por Marisa Monte para compor o seu segundo disco, Mais, lançado em 1991. Segue a letra e o player de Rosa, música de Pixinguinha e Otávio de Souza.  

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rosa e a cruz
Do arpante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh! alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo o resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh! flor meu peito não resiste
Oh! meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do Onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção de tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer

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