Dobradinha Geração 80

Mais uma forma de linkar os clássicos da música Pop dos anos 1980, e do comecinho dos anos 1990, que não saem da minha memória. É interessante observar como os vídeos desses clássicos eram produzidos e o grande salto visual que tiveram no começo dos anos 1990, por influência dos grandes ídolos do Pop: Michael Jackson e Madonna. E para começar, vamos com a americana Paula Abdul e o inglês Billy Idol. 

A primeira continua na ativa até hoje. Cantora, atriz, coreógrafa e dançarina, Paula Abdul foi vista recentemente como jurada do programa The X Factor USA, 2011. Seu primeiro álbum Forever Your Girl, 1988, lança-a por aqui com a faixa Straight Up. O vídeo foi produzido em preto e branco e trazia a Paula fazendo um solo de sapateado logo no início. Essa música foi um grande sucesso nas baladas e nas rádios. Mas, o clipe que selecionei é de 1991. A romântica Rush Rush faz parte do álbum Spellbound e traz, curiosamente - não lembrava-me desse "detalhe" - , o ator Keanu Reeves como figurante. 

Rush Rush
Depressa Depressa

Billy Idol começou a carreira mais cedo, seu primeiro álbum é de 1982 e uma das faixas bem executadas por aqui foi Dancing With Myself. Billy influenciou uma geração com seus cabelos descoloridos e seu jeito rebelde de ser. Supla Suplicy é prova viva dessa influencia. O bad boy esteve no Brasil em 1991 para cantar no Rock In Rio. Seu último trabalho é uma copilação de seus grandes sucessos e foi lançado em 2008. A música que selecionei, também romântica, tem um ritmo bem bacana e está no álbum Rebel Yell de 1983. 

Eyes Without A Face
Olhos Sem Face

Elis: Eternamente Eterna

O tempo avança impiedosamente e quando percebemos já se passaram 30 anos que Elis Regina nos deixou. Parece que foi ontem porque tudo que ela fez não envelheceu. Prova disso é que até hoje suas músicas são tocadas e fazem parte das trilhas de novelas, seriados, especiais de TV, teatro e cinema. Sem falar das incontáveis regravações de suas músicas eternizadas. 

E ficam varias perguntas: Como seria a Elis hoje? O que ela estaria cantando? Que compositores ela estaria nos apresentando? Qual seria o repertório do próximo disco? Estaria engajada na política? Não tenho como fugir dessas perguntas óbvias. 

Recentemente assisti ao show da Nana Caymmi (post de 8 de janeiro de 2012) e fiquei o tempo todo vendo, de forma comparativa, a Elis cantando no palco no lugar dela.

Até hoje descubro fotos, relatos e vídeos inéditos da Pimentinha, o que prova a grandiosidade de seu acervo. Imagine se ela fosse viva! Não canso de ouvi-la e de admira-la pela sua obra e por suas atitudes artística e pessoal.

Às vezes sinto nos gestos, no sorriso e nos traços dela certa familiaridade. Imaginem a minha emoção quando abracei o filho primogênito João Marcelo quando o conheci há 17 anos, - não tive a felicidade de ver a Elis em carne e osso, tinha somente 11 anos quando ela faleceu - foi como se eu estivesse abraçando a própria Elis. Era o mais próximo que eu poderia chegar da minha grande ídola. Desde então comecei a interessar-me pela carreira artística dos seus filhos indo a shows, comprando CDs, tirando fotos e colhendo autógrafos. É como se fosse uma compensação, como seu eu pudesse estar perto da Elis. E penso que de certa forma estou. Fico puto quando escuto comparações da Elis com a filha caçula Maria Rita. Por mais que a Maria Rita tenha herdado o talento da mãe e por mais que ela se esforce, com propriedade, para cantar como a mãe, estará ainda muito distante do dom natural da inigualável Elis.

Recentemente li no jornal que dois discos da Elis estariam sendo relançados com o dobro de músicas de sua primeira edição: Transversal do Tempo de 1978 e Montreux Jazz Festival de 1982 (registro de 1979 e que será rebatizado para Um Dia). Há ainda o registro em vídeo desse último que será lançado em DVD. Oba!!!

Ainda existem muitos registros inéditos da cantora no baú da família Carvalho Costa-Bôscoli-Mariano e espero estar vivo ainda para ver tudo!

E para fechar segue o vídeo de uma das músicas apresentadas no festival na Suíça e que gosto muito:

Agora Tá

Codinome Beija-flor

Linda, linda, linda essa letra escrita pelo poeta Cazuza em 1985 para o álbum Exagerado. Sem mais, segue a letra e o player da música:

Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

Romântico selvagem

Gino Vannelli parece ser italiano com esse nome, mas na verdade ele é canadense. Com um visual um tanto selvagem e cabelos longos e armados à lá Simone, ele agradou muita gente com seu repertório romântico nos anos 1970 e 1980. Gino produziu 18 discos em quase 40 anos de carreira e continua na ativa apesar de não se ouvir falar mais dele por aqui. Do seu vasto repertório lembro-me de três sucessos: I Just Wanna Stop, álbum Brother to Brother de 1978, Living Inside Myself, álbum Nightwalker de 1981 e Hurts To Be In Love, álbum Black Cars de 1985.

Segue o vídeo da música mais emblemática pra mim:

Living Inside Myself
Vivendo Dentro de Mim

Uma grande mulher

Ontem tive o prazer de assistir bem de pertinho o show de outro ícone da MPB que está completando 50 anos de carreira: Nana Caymmi. 

O show teve inicio às 21h no teatro do Sesc Vila Mariana. No palco uma mesinha redonda coberta com uma toalha branca e sobre ela um vaso de flores brancas, um leque fechado, lenços de papel e dois copos de vidro, um com água e outro com uma bebida que de longe parecia uísque. Em volta da mesa do lado direito para o esquerdo repousavam as caixas de som e os instrumentos: piano, violão, bateria e baixo. As luzes do teatro se apagaram após o terceiro sinal. Entram no palco os músicos e a grande interprete com passos curtos envolta num longo preto com um bolero também preto bordado com estrasses e cabelos mais longos repartidos ao meio. Um assistente à ajuda a sentar-se num banco alto e posiciona o microfone em sua direção. Nana abre o show e solta a voz afinadíssima com a música Medo de Amar. 

No repertório músicas de Tom Jobim, Vinicius de Morais, Dorival Caymmi, Roberto Carlos, Dolores Duran, Noel Rosa e Ivan Lins, como as conhecidas: Só em Teus Braços, Outra Vez, Dora, Marina, João Valentão, Lembra de Mim, Só Louco, Se Queres Saber entre outras. Muito simpática Nana tecia críticas com certo humor sobre a música de hoje como: "Deus deve estar distraído... Hoje qualquer um é artista... Tenho medo que a boa música se acabe". Elogiou São Paulo pelo bom acolhimento e disse não se apresentar sempre por aqui para não virar "arroz de casamento". Finalizou o show com a música Não se Esqueça de Mim e no bis com a tão aguardada Resposta ao Tempo. Foi um belíssimo show embalado por boleros e pela doce e marcante voz de Nana.

Para escutar:

Medo de Amar de Vinicius de Morais.

Et.: Agradeço ao amado Miguel por mais esse show compartilhado e atender o desejo comum de ver a Nana Caymmi cantando ao vivo. Desejo que ficou latente após assistirmos o documentário sobre ela em abril do ano passado: Rio Sonata de Georges Gachot.

Quero mais Saúde!

Não vi até hoje nos palcos alguém com mais energia que a Rita Lee. A garota era espevitada mesmo! E continua com a mesma disposição até hoje. Saúde é faixa de lançamento do disco com título homônimo e tocou muito nas rádios. É o terceiro disco de sucesso interrupto da cantora e tem também quatro músicas dela que adoro: Tatibitati, Mutante, Banho de Espuma e Atlântida, além de, é claro, Saúde. As outras faixas do disco são: Favorita, Ti-ti-ti e Mother Nature (Mamãe Natureza), a primeira na voz do Roberto de Carvalho até que ficou bacaninha, mas prefiro a Rita cantando. 

Esse vídeo é um registro do especial produzido para a Rede Globo em 1981 - naquela época a Rita dividia os especiais de fim de ano com o Roberto Carlos (!!). A Rita Lee tinha contrato com a gravadora Som Livre e no pacote eram produzidos especiais para a TV Globo. 

Lembro-me de estar passando as férias de verão em Santos quando passou o especial na TV (dezembro de 1981). Foi um misto de alegria e tristeza porque menos de um mês depois morreu a minha outra diva Elis Regina. Elis tinha acabado de assinar contrato com a Som Livre e com certeza teria também um especial de fim de ano em 1982. 

Segue o vídeo registrado há 30 anos, "direto do túnel do tempo": 

Saúde

Only Yesterday

Presente no sexto álbum da dupla, Horizon de 1975, essa música foi a minha primeira referência musical dos irmãos Richard e Karen Carpenter. O vídeo abaixo foi também a primeira lembrança visual da dupla.

Não é por acaso que o vídeo começa num estúdio de gravação, Horizon foi o primeiro álbum da dupla a ter um microfone para cada instrumento tendo como resultando um som diferente e único.

Only Yesterday
Somente Ontem

As curvas da estrada de Santos

Se você pretende saber quem eu sou/Eu posso lhe dizer/Entre no meu carro/E na estrada de Santos/Você vai me conhecer.
Três versões das aventuras do "tremendão" Roberto Carlos e de seu "amigo de fé" Erasmo Carlos a caminho do litoral paulista:

A primeira versão está no álbum Roberto Carlos, de 1969, e na trilha sonora do filme Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa de 1970.

Na voz de Elis Regina, álbum Em Pleno Verão, de 1970, a segunda versão seria para acabar com uma possível rixa entre ela e a Jovem Guarda.

A terceira versão foi gravada pelo talentoso "filho de peixe" Pedro Mariano e está no álbum Pedro Camargo Mariano, de 1997.





Qual a sua versão preferida?

2012 = 3!

Se em 2011 tudo foi feito a dois, em 2012 tudo será feito a três: abrir um negócio com sócios, viver uma relação a três, pedir ajuda Divina. O número três é favorável à comunicação e tem várias representações e associações: a Santíssima Trindade, os três Reis Magos, os três Mosqueteiros, os três Porquinhos, o triângulo, o primeiro número primo ímpar e um triângulo amoroso. É também o menor número para: constituir uma família, tomar uma decisão conjunta ou formar um grupo. E por falar em grupo, que tal começar com um formado por três irmãos?

E que tal uma música com o título composto por três palavras? Trata-se de Too Much Heaven, sucesso do trio Bee Gees, lançada em 1978, em compacto, e em 1979 no álbum Spirits Having Flown. Ela foi cantada pela primeira vez, ao vivo, no Music for Unicef e teve todos os seus direitos doados a Unicef. 
A letra fala dos prazeres que o amor pode proporcionar e da dificuldade de conseguir um, e tem isso muito bem dito nos refrões finais: Love is such a beautiful thing/You make my world a summer day/Are you just a dream to fade away/Nobody gets too much love anymore/It's as wide as a river and harder to cross. 

Segue o vídeo:

Too Much Heaven
Tanto Paraíso

Feliz 2012!